terça-feira, 7 de setembro de 2010

O Petróleo tem que ser nosso!

Por Luís Alberto Ferreira

     O ex-presidente da Petrobrás, José Eduardo Dutra, afirmou na 2ª PlenaFUP que a Reduc estava pronta para ser privatizada no final do governo FHC, em 2002. Para os trabalhadores da Reduc, no entanto, essa informação não traz qualquer novidade. O Sindipetro Caxias sempre alertou que o processo de privatização da refinaria estava em curso no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). A informação de Dutra só confirma que a política de FHC era vender os ativos da Petrobrás por partes, facilitando a aquisição das unidades mais lucrativas pelo capital estrangeiro.
     A idéia do governo neoliberal do PSDB e do DEM era “comer o mingau pelas beiradas”, como afirmou Dilma Rousseff em seu discurso na 2ª PlenaFUP, complementando o que disse Dutra. Os tucanos e demos sabiam que privatizar a empresa como um todo seria difícil, pois encontrariam resistência dos trabalhadores e do povo brasileiro que defenderia um de seus maiores patrimônios que é a Petrobrás. Por isso, partiram para a privataria em pedaços, conseguindo vender parte da Refap, no Rio Grande do Sul. Os próximos alvos seriam as Fábricas de Fertilizantes Nitrogenados e, principalmente, a Refinaria Duque de Caxias.
     Os trabalhadores sabem muito bem o que vem junto com a privatização de uma empresa. São demissões em massa, falta de política de saúde e segurança, ataque aos direitos dos trabalhadores, falta de investimentos em pesquisa e recursos humanos e a busca do lucro a qualquer custo. Empresas como a Petroflex e a Nitriflex, subsidiárias da Petrobrás, foram privatizadas no governo Collor e a primeira ação dos novos controladores foi a demissão dos empregados e a precarização do trabalho. Somente após 20 anos de luta e a anistia do governo Lula esses trabalhadores estão de volta à Petrobrás.
     Não por acaso, FHC encerrou seu governo, que levou o Brasil à falência por três vezes, com altas taxas de desemprego e baixa popularidade. Além de privatizar a Refap, vendeu a Vale do Rio Doce, outro incalculável patrimônio do povo brasileiro, por uma bagatela. Obrigava a Petrobrás a encomendar navios e plataformas no exterior, inviabilizando a indústria naval brasileira. Somente com a firme decisão da Ministra das Minas e Energia Dilma Rousseff, em 2003, exigindo nas licitações o mínimo de 65% de conteúdo nacional, a Petrobrás retomou as encomendas aos estaleiros brasileiros. Essa medida proporcionou a criação de mais de 500 mil empregos diretos no setor, reativando os estaleiros e a indústria naval brasileira que já foi a segunda do mundo.
     Por todas essas e muitas outras razões, os trabalhadores não podem permitir que o projeto neoliberal dos tucanos e demos volte a prosperar no Brasil. Um projeto subserviente e alinhado com o interesse hegemônico do imperialismo estadunidense que pretende controlar toda a produção de petróleo no mundo. É preciso que os trabalhadores apaguem de uma vez por todas o neoliberalismo do mapa político brasileiro, reafirmando sua confiança em um projeto popular de governo implantado no Brasil a partir de 2003. Por fim, defendam as riquezas do nosso país contra os entreguistas e a ganância das transnacionais, se engajando na luta e gritando a plenos pulmões: O Petróleo tem que ser nosso!

     Artigo publicado em 09 de junho de 2010 no informativo Unidade Nacional n° 182 do Sindicato dos Petroleiros de Duque de Caxias – Sindipetro Caxias.

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