quarta-feira, 25 de maio de 2011

Afundamento da P-36 matou 11 trabalhadores

     Na madrugada do dia 15 de março de 2001, um grande estrondo acorda os trabalhadores da plataforma P-36, no campo de Roncador, na Bacia de Campos. Toda a plataforma tremeu e foi acionada a brigada de incêndio para verificar uma de suas colunas. Minutos depois, uma nova explosão é ouvida e um novo grupo da brigada vai até a coluna, onde só encontra morte e destruição. O operador Sérgio Santos Barbosa, 41anos,  um dos integrantes da brigada, é resgatado com 98% do corpo queimado e encaminhado ao Hospital da Força Aérea do Galeão, mas não resiste e morre dias depois.
     O abandono da plataforma começou três horas após a primeira explosão. Apenas vinte e quatro homens ficaram a bordo da P-36 para tentar controlar a situação. Os demais trabalhadores foram retirados em cestas para os rebocadores e transferidos para outra plataforma a 12 quilômetros de distância. De lá seguiram para a base da Petrobrás em Macaé, onde receberam o primeiro atendimento.
     Pela manhã, a plataforma P-36 começou a mostrar sinais de inclinação e já dava indícios de que iria afundar. Cinco dias depois, em 21 de maio, por volta das 10 horas e 45 minutos, a P-36 afunda a 1350 metros levando os corpos de nove trabalhadores mortos.
     No terrível acidente, além de Sérgio Santos Barbosa, morreram Adílson Almeida de Oliveira, Geraldo Magela Gonçalves, Charles Roberto de Oliveira, Emanoel Portela Lima, Ernesto de Azevedo Couto, Josevaldo Dias de Souza, Laerson Antonio dos Santos, Luciano Cardoso Souza, Mário Sérgio Matheus e Sergio dos Santos Sousa, todos empregados da Petrobrás.
     O Sindicato dos Petroleiros do Norte Fluminense afirmava que as principais razões da ocorrência eram graves omissões da Petrobrás. O relatório da Procuradoria Especial da Marinha, órgão encarregado de apurar as causas e responsabilidades em desastres marítimos, deu razão aos sindicalistas, apontando como causas da tragédia falhas no projeto, manutenção e operação da P-36, concluindo pela responsabilidade da direção da empresa.
     A P-36 era a maior plataforma de petróleo do mundo em capacidade de produção e custou à Petrobrás cerca de US$ 450 milhões. Quando afundou produzia 80 mil barris de petróleo por dia, 6% da produção brasileira, e 1,3 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia, quase a quantidade diária consumida no Estado do Rio de Janeiro na época.

     Matéria publicada no informativo Unidade Nacional nº 242, do Sindipetro Caxias, em 25 de maio de 2011.

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