domingo, 31 de julho de 2011

A importância da luta contra o bônus na Petrobrás

Por Luís Alberto Ferreira

     A luta contra o bônus gerencial travada pela FUP e seus sindicatos representa muito mais do que pode parecer à primeira vista. O mote é a discriminação dos empregados não gerentes que não receberão o bônus, mas o que está em jogo é uma política de remuneração diferenciada que vem sendo construída pela Petrobrás ao longo dos anos. No futuro, essa política poderá trazer conseqüências negativas para os trabalhadores da empresa. Muito mais que a simples discriminação entre os empregados.
     Ocorre que o bônus somado à gratificação de função representará uma parcela considerável da remuneração anual dos gerentes. Não há que se duvidar que esses empregados tudo farão para se manterem como gerentes. Cumprirão as mais absurdas ordens de seus superiores hierárquicos, buscarão atingir suas metas a qualquer custo e não hesitarão em “descer o chicote” em seus subordinados. Se hoje já exercitam toda sua criatividade, como disse recentemente um gerente, trabalhando com efetivo abaixo do número mínimo de segurança nas unidades operacionais e descumprindo a lei e as próprias normas e procedimentos da Petrobrás, imagine o que farão para assegurar a remuneração extra consubstanciada no pagamento do bônus?
     Apesar disso, é triste ver uma Frente composta por 4 sindicatos, somados a outro que se diz independente, desistindo de brigar contra a política de pagamento de bônus e entregando o jogo ainda no primeiro tempo. Sem luta, sem nada. Logo esses sindicatos que sempre se disseram os paladinos da luta e vivem chamando a FUP de pelega. Mais do que tristeza, o sentimento é de vergonha quando se entrega o jogo em razão de interesses inconfessáveis.
     Não é possível saber se a FUP e seus sindicatos sairão vitoriosos na luta contra o pagamento do bônus. A legislação não favorece os trabalhadores e as instituições não nos defendem. O que se pode garantir é a luta contra uma prática que pode ser mais danosa do que se pensou inicialmente, transformando empregados que ocupam funções gerenciais em verdadeiros “carrascos” dos demais. Tudo para garantir a remuneração extra. Tudo em razão de uma política bem urdida pela Petrobrás em prejuízo dos trabalhadores.

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