Um novo Brasil saiu das urnas. O que nele interessa aos trabalhadores em geral, e à categoria petroleira, em particular?
Comecemos por indagar quem ganhou e quem perdeu. Serra foi derrotado, mas, tal como Dilma, era apenas o depositário de uma série de ideologias, aspirações e propostas, com as quais, por motivos diversos, se identificou. Logo, a análise deve considerar os “espíritos” dos quais Serra foi avatar.
As ferramentas empregadas pelo “Capitão Feio”, conservadorismo e preconceito religioso, anti-comunismo e denuncismo lacerdista, traduzem as alianças realizadas.
Como já falamos em “espíritos”, comecemos pela questão religiosa.
A emergência do debate religioso - apontada por diversos analistas como responsável pelo 2º turno - não passou de mero oportunismo desesperado de Serra. Quanto ao apoio de uma ou duas denominações protestantes minoritárias, trocado por promessas, isso é uma verdade tão exata que torna desnecessário qualquer outro comentário. Mas quanto à Igreja Católica o caso é outro, e mais grave.
A opção de Serra deu oportunidade à maior manifestação eleitoral dos setores conservadores da Igreja Católica já registrada em nosso país. Ainda que a CNBB tenha desautorizado o uso de sua logo e nome, e que diversos bispos tenham protestado contra o que ocorria, sermões e documentos contra Dilma continuaram a ser distribuídos aos milhões. E, na reta final, o próprio Papa tentou interferir na escolha dos católicos, nos exatos termos dos panfletos ilegais apreendidos pela Polícia Federal.
Qual o significado real desse movimento?
* Assessor jurídico da Federação Única dos Petroleiros, do Sindipetro Caxias e do Sindipetro-NF.
Artigo publicado no informativo Unidade Nacional nº 210 do Sindipetro Caxias em 8 de novembro de 2010.
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