O novo livro de Amaury Ribeiro
Jr., Privatas do Caribe, já foi entregue à editora. Acrescido de uma
informação bombástica sobre o esquema de espionagem que teria servido ao
ex-governador paulista José Serra desde 2008, inclusive no período eleitoral de
2010. Segundo Amaury, Serra recorreu a uma empresa de um ex-agente do Serviço
Nacional de Informações, paga com dinheiro público.
O Amaury garante que, desta vez, o livro
sai: o lançamento será entre o final de outubro e o início de novembro.
O trecho que li é muito bem documentado e,
politicamente, devastador.
Segue a abertura do livro:
Privatas do Caribe
A fantástica viagem das fortunas tucanas
desde os porões da privataria até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas
Amaury Ribeiro Jr.
Prepare-se: o que está logo adiante não é
uma narrativa qualquer.
Você está embarcando em uma grande
reportagem que vai devassar os subterrâneos da privatização realizada no Brasil
sob FHC.
Os porões da privataria.
É, talvez, a mais profunda e abrangente
abordagem jamais feita deste tema.
Mas
que não se limita a resgatar a selvageria neoliberal dos anos 1990, que dizimou
o patrimônio público nacional, deixando o país mais pobre e os ricos mais
ricos.
Se fosse apenas isso, o livro já se
justificaria.
Mas vai além ao perseguir a conexão entre
a onda privatizante e a abertura de contas sigilosas e de empresas de fachada
nos paraísos fiscais da América Central.
Onde se lava mais branco não somente o
dinheiro sujo da corrupção, mas também o do narcotráfico, do contrabando de
armas e do terrorismo.
Um ervanário que, após a assepsia, retorna
limpo ao Brasil.
Resultado de uma busca incansável de mais
de dez anos do autor, Amaury Ribeiro Jr. — um dos mais importantes e premiados
repórteres investigativos do país, com passagens por IstoÉ, O
Globo, Correio Braziliense entre outras redações — o livro registra
as relações históricas de altos próceres do tucanato com a realização de
depósitos e a abertura de empresas de fachada no exterior.
Devota-se particularmente a perscrutar as
atividades do clã do ex-governador paulista José Serra nesse vaivem entre o
Brasil e os paraísos caribenhos.
Sempre calcado em documentos oficiais,
obtidos em juntas comerciais, cartórios, no ministério público e na Justiça.
Assim, comprova as movimentações da filha
do ex-candidato do PSDB à Presidência, Verônica, e as de seu marido, o
empresário Alexandre Bourgeois.
Que seguiram, no Caribe, as lições do
ex-tesoureiro de Serra e eminência parda das privatizações, Ricardo Sérgio de
Oliveira.
Descreve ainda suas ligações perigosas com
o banqueiro Daniel Dantas.
Detém-se na impressionante trajetória do
primo político de Serra, o empresário Gregório Marin Preciado que, mesmo na
bancarrota, conseguiu participar do leilão das estatais.
E arrematar empresas públicas!
Estas páginas também revelarão que o então
governador Serra contratou, com o aporte dos cofres paulistas, um renomado
araponga antes sediado no setor mais implacável do Serviço Nacional de
Informações, o extinto SNI.
E que Verônica Serra foi indiciada sob a
acusação de praticar o crime que, na disputa eleitoral de 2010, acusou os
adversários políticos de seu pai de terem praticado.
Desvinculado de qualquer filiação
partidária, militante do jornalismo, Ribeiro Jr. do mesmo modo como rastreou o
dinheiro dos privatas do Caribe, esteve na linha de frente das averiguações
sobre o “Mensalão”.
Seu olhar também visitou os bastidores da
campanha do PT para averiguar os vazamentos de informações que perturbaram a
candidatura presidencial em 2010.
E sustenta que, na luta por ocupar espaço
a qualquer preço, companheiros abriram fogo amigo contra companheiros,
traficando intrigas para adversários políticos incrustados na mídia mais hostil
à Dilma Rousseff.
É isso e muito mais. À leitura.
O Editor
*Jornalista
Matéria publicada originalmente no Blog
Viomundo na internet
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