quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Discurso da presidenta Dilma Rousseff na abertura da Assembleia Geral da ONU


“Senhor presidente da Assembleia Geral, Nassir Abdulaziz Al-Nasser,
Senhor secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon,
Senhoras e senhores chefes de Estado e de Governo,
Senhoras e senhores,

Pela primeira vez, na história das Nações Unidas, uma voz feminina inaugura o Debate Geral. É a voz da democracia e da igualdade se ampliando nesta tribuna que tem o compromisso de ser a mais representativa do mundo.
É com humildade pessoal, mas com justificado orgulho de mulher, que vivo este momento histórico.
Divido esta emoção com mais da metade dos seres humanos deste Planeta, que, como eu, nasceram mulher, e que, com tenacidade, estão ocupando o lugar que merecem no mundo. Tenho certeza, senhoras e senhores, de que este será o século das mulheres.
Na língua portuguesa, palavras como vida, alma e esperança pertencem ao gênero feminino. E são também femininas duas outras palavras muito especiais para mim: coragem e sinceridade. Pois é com coragem e sinceridade que quero lhes falar no dia de hoje.

Senhor Presidente,
O mundo vive um momento extremamente delicado e, ao mesmo tempo, uma grande oportunidade histórica. Enfrentamos uma crise econômica que, se não debelada, pode se transformar em uma grave ruptura política e social. Uma ruptura sem precedentes, capaz de provocar sérios desequilíbrios na convivência entre as pessoas e as nações.
Mais que nunca, o destino do mundo está nas mãos de todos os seus governantes, sem exceção. Ou nos unimos todos e saímos, juntos, vencedores ou sairemos todos derrotados.
Agora, menos importante é saber quais foram os causadores da situação que enfrentamos, até porque isto já está suficientemente claro. Importa, sim, encontrarmos soluções coletivas, rápidas e verdadeiras.
Essa crise é séria demais para que seja administrada apenas por uns poucos países. Seus governos e bancos centrais continuam com a responsabilidade maior na condução do processo, mas como todos os países sofrem as conseqüências da crise, todos têm o direito de participar das soluções.
Não é por falta de recursos financeiros que os líderes dos países desenvolvidos ainda não encontraram uma solução para a crise. É, permitam-me dizer, por falta de recursos políticos e algumas vezes, de clareza de ideias.
Uma parte do mundo não encontrou ainda o equilíbrio entre ajustes fiscais apropriados e estímulos fiscais corretos e precisos para a demanda e o crescimento. Ficam presos na armadilha que não separa interesses partidários daqueles interesses legítimos da sociedade.
O desafio colocado pela crise é substituir teorias defasadas, de um mundo velho, por novas formulações para um mundo novo. Enquanto muitos governos se encolhem, a face mais amarga da crise – a do desemprego – se amplia. Já temos 205 milhões de desempregados no mundo. 44 milhões na Europa. 14 milhões nos Estados Unidos. É vital combater essa praga e impedir que se alastre para outras regiões do Planeta.
Nós, mulheres, sabemos, mais que ninguém, que o desemprego não é apenas uma estatística. Golpeia as famílias, nossos filhos e nossos maridos. Tira a esperança e deixa a violência e a dor.

Senhor Presidente,
É significativo que seja a presidenta de um país emergente, um país que vive praticamente um ambiente de pleno emprego, que venha falar, aqui, hoje, com cores tão vívidas, dessa tragédia que assola, em especial, os países desenvolvidos.
Como outros países emergentes, o Brasil tem sido, até agora, menos afetado pela crise mundial. Mas sabemos que nossa capacidade de resistência não é ilimitada. Queremos – e podemos – ajudar, enquanto há tempo, os países onde a crise já é aguda.
Um novo tipo de cooperação, entre países emergentes e países desenvolvidos, é a oportunidade histórica para redefinir, de forma solidária e responsável, os compromissos que regem as relações internacionais.
O mundo se defronta com uma crise que é ao mesmo tempo econômica, de governança e de coordenação política.
Não haverá a retomada da confiança e do crescimento enquanto não se intensificarem os esforços de coordenação entre os países integrantes da ONU e as demais instituições multilaterais, como o G-20, o Fundo Monetário, o Banco Mundial e outros organismos. A ONU e essas organizações precisam emitir, com a máxima urgência, sinais claros de coesão política e de coordenação macroeconômica.
As políticas fiscais e monetárias, por exemplo, devem ser objeto de avaliação mútua, de forma a impedir efeitos indesejáveis sobre os outros países, evitando reações defensivas que, por sua vez, levam a um círculo vicioso.
Já a solução do problema da dívida deve ser combinada com o crescimento econômico. Há sinais evidentes de que várias economias avançadas se encontram no limiar da recessão, o que dificultará, sobremaneira, a resolução dos problemas fiscais.
Está claro que a prioridade da economia mundial, neste momento, deve ser solucionar o problema dos países em crise de dívida soberana e reverter o presente quadro recessivo. Os países mais desenvolvidos precisam praticar políticas coordenadas de estímulo às economias extremamente debilitadas pela crise. Os países emergentes podem ajudar.
Países altamente superavitários devem estimular seus mercados internos e, quando for o caso, flexibilizar suas políticas cambiais, de maneira a cooperar para o reequilíbrio da demanda global.
Urge aprofundar a regulamentação do sistema financeiro e controlar essa fonte inesgotável de instabilidade. É preciso impor controles à guerra cambial, com a adoção de regimes de câmbio flutuante. Trata-se, senhoras e senhores, de impedir a manipulação do câmbio tanto por políticas monetárias excessivamente expansionistas como pelo artifício do câmbio fixo.
A reforma das instituições financeiras multilaterais deve, sem sombra de dúvida, prosseguir, aumentando a participação dos países emergentes, principais responsáveis pelo crescimento da economia mundial.
O protecionismo e todas as formas de manipulação comercial devem ser combatidos, pois conferem maior competitividade de maneira espúria e fraudulenta.

Senhor Presidente,
O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento.
Estamos tomando precauções adicionais para reforçar nossa capacidade de resistência à crise, fortalecendo nosso mercado interno com políticas de distribuição de renda e inovação tecnológica.
Há pelo menos três anos, senhor Presidente, o Brasil repete, nesta mesma tribuna, que é preciso combater as causas, e não só as consequências da instabilidade global.
Temos insistido na interrelação entre desenvolvimento, paz e segurança; e  que as políticas de desenvolvimento sejam, cada vez mais, associadas às estratégias do Conselho de Segurança na busca por uma paz sustentável.
É assim que agimos em nosso compromisso com o Haiti e com a Guiné-Bissau. Na liderança da Minustah, temos promovido, desde 2004, no Haiti, projetos humanitários, que integram segurança e desenvolvimento. Com profundo respeito à soberania haitiana, o Brasil tem o orgulho de cooperar para a consolidação da democracia naquele país.
Estamos aptos a prestar também uma contribuição solidária, aos países irmãos do mundo em desenvolvimento, em matéria de segurança alimentar, tecnologia agrícola, geração de energia limpa e renovável e no combate à pobreza e à fome.

Senhor Presidente,
Desde o final de 2010, assistimos a uma sucessão de manifestações populares que se convencionou denominar “Primavera Árabe”. O Brasil é pátria de adoção de muitos imigrantes daquela parte do mundo. Os brasileiros se solidarizam com a busca de um ideal que não pertence a nenhuma cultura, porque é universal: a liberdade.
É preciso que as nações aqui reunidas encontrem uma forma legítima e eficaz de ajudar as sociedades que clamam por reforma, sem retirar de seus cidadãos a condução do processo.
Repudiamos com veemência as repressões brutais que vitimam populações civis. Estamos convencidos de que, para a comunidade internacional, o recurso à força deve ser sempre a última alternativa. A busca da paz e da segurança no mundo não pode limitar-se a intervenções em situações extremas.
Apoiamos o Secretário-Geral no seu esforço de engajar as Nações Unidas na prevenção de conflitos, por meio do exercício incansável da democracia e da promoção do desenvolvimento.
O mundo sofre, hoje, as dolorosas consequências de intervenções que agravaram os conflitos, possibilitando a infiltração do terrorismo onde ele não existia, inaugurando novos ciclos de violência, multiplicando os números de vítimas civis.
Muito se fala sobre a responsabilidade de proteger; pouco se fala sobre a responsabilidade ao proteger. São conceitos que precisamos amadurecer juntos. Para isso, a atuação do Conselho de Segurança é essencial, e ela será tão mais acertada quanto mais legítimas forem suas decisões. E a legitimidade do próprio Conselho depende, cada dia mais, de sua reforma.

Senhor Presidente,
A cada ano que passa, mais urgente se faz uma solução para a falta de representatividade do Conselho de Segurança, o que corrói sua eficácia. O ex-presidente Joseph Deiss recordou-me um fato impressionante: o debate em torno da reforma do Conselho já entra em seu 18º ano. Não é possível, senhor Presidente, protelar mais.
O mundo precisa de um Conselho de Segurança que venha a refletir a realidade contemporânea; um Conselho que incorpore novos membros permanentes e não-permanentes, em especial representantes dos países em desenvolvimento.
O Brasil está pronto a assumir suas responsabilidades como membro permanente do Conselho. Vivemos em paz com nossos vizinhos há mais de 140 anos. Temos promovido com eles bem-sucedidos processos de integração e de cooperação. Abdicamos, por compromisso constitucional, do uso da energia nuclear para fins que não sejam pacíficos. Tenho orgulho de dizer que o Brasil é um vetor de paz, estabilidade e prosperidade em sua região, e até mesmo fora dela.
No Conselho de Direitos Humanos, atuamos inspirados por nossa própria história de superação. Queremos para os outros países o que queremos para nós mesmos.
O autoritarismo, a xenofobia, a miséria, a pena capital, a discriminação, todos são algozes dos direitos humanos. Há violações em todos os países, sem exceção. Reconheçamos esta realidade e aceitemos, todos, as críticas. Devemos nos beneficiar delas e criticar, sem meias-palavras, os casos flagrantes de violação, onde quer que ocorram.

Senhor Presidente,
Quero estender ao Sudão do Sul as boas vindas à nossa família de nações. O Brasil está pronto a cooperar com o mais jovem membro das Nações Unidas e contribuir para seu desenvolvimento soberano.
Mas lamento ainda não poder saudar, desta tribuna, o ingresso pleno da Palestina na Organização das Nações Unidas. O Brasil já reconhece o Estado palestino como tal, nas fronteiras de 1967, de forma consistente com as resoluções das Nações Unidas. Assim como a maioria dos países nesta Assembléia, acreditamos que é chegado o momento de termos a Palestina aqui representada a pleno título.
O reconhecimento ao direito legítimo do povo palestino à soberania e à autodeterminação amplia as possibilidades de uma paz duradoura no Oriente Médio. Apenas uma Palestina livre e soberana poderá atender aos legítimos anseios de Israel por paz com seus vizinhos, segurança em suas fronteiras e estabilidade política em seu entorno regional.
Venho de um país onde descendentes de árabes e judeus são compatriotas e convivem em harmonia – como deve ser.

Senhor Presidente,
O Brasil defende um acordo global, abrangente e ambicioso para combater a mudança do clima no marco das Nações Unidas. Para tanto, é preciso que os países assumam as responsabilidades que lhes cabem.
Apresentamos uma proposta concreta, voluntária e significativa de redução [de emissões], durante a Cúpula de Copenhague, em 2009. Esperamos poder avançar já na reunião de Durban, apoiando os países em desenvolvimento nos seus esforços de redução de emissões e garantindo que os países desenvolvidos cumprirão suas obrigações, com novas metas no Protocolo de Quioto, para além de 2012.
Teremos a honra de sediar a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, em junho do ano que vem. Juntamente com o Secretário-Geral Ban Ki-moon, reitero aqui o convite para que todos os Chefes de Estado e de Governo compareçam.

Senhor Presidente e minhas companheiras mulheres de todo mundo,
O Brasil descobriu que a melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. E que uma verdadeira política de direitos humanos tem por base a diminuição da desigualdade e da discriminação entre as pessoas, entre as regiões e entre os gêneros.
O Brasil avançou política, econômica e socialmente sem comprometer sequer uma das liberdades democráticas. Cumprimos quase todos os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, antes 2015. Saíram da pobreza e ascenderam para a classe média no meu país quase 40 milhões de brasileiras e brasileiros. Tenho plena convicção de que cumpriremos nossa meta de, até o final do meu governo, erradicar a pobreza extrema no Brasil.
No meu país, a mulher tem sido fundamental na superação das desigualdades sociais. Nossos programas de distribuição de renda têm nas mães a figura central. São elas que cuidam dos recursos que permitem às famílias investir na saúde e na educação de seus filhos.
Mas o meu país, como todos os países do mundo, ainda precisa fazer muito mais pela valorização e afirmação da mulher. Ao falar disso, cumprimento o secretário-geral Ban Ki-moon pela prioridade que tem conferido às mulheres em sua gestão à frente das Nações Unidas.
Saúdo, em especial, a criação da ONU Mulher e sua diretora-executiva, Michelle Bachelet.

Senhor Presidente,
Além do meu querido Brasil, sinto-me, aqui, representando todas as mulheres do mundo. As mulheres anônimas, aquelas que passam fome e não podem dar de comer aos seus filhos; aquelas que padecem de doenças e não podem se tratar; aquelas que sofrem violência e são discriminadas no emprego, na sociedade e na vida familiar; aquelas cujo trabalho no lar cria as gerações futuras.
Junto minha voz às vozes das mulheres que ousaram lutar, que ousaram participar da vida política e da vida profissional, e conquistaram o espaço de poder que me permite estar aqui hoje.
Como mulher que sofreu tortura no cárcere, sei como são importantes os valores da democracia, da justiça, dos direitos humanos e da liberdade.
E é com a esperança de que estes valores continuem inspirando o trabalho desta Casa das Nações que tenho a honra de iniciar o Debate Geral da 66ª Assembleia Geral da ONU.

Muito obrigada.”

Reproduzido do Blog do Planalto

Vinte anos nas capas da 'Veja'


     Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar e não está para brincadeiras. O ex-metalúrgico, por sua vez, brinca com a bola e é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.
Por Gilberto Maringoni, do portal Carta Maior
     O presidente Lula sofreu impeachment em agosto de 2005. Quase ninguém se lembra dele. Era um trapalhão barrigudo, chefe de quadrilha e ignorante.
     A história seria assim, se o mundo virtual da revista Veja fosse real. Selecionamos 123 capas da revista, de 1993 a 2010. Elas formam uma narrativa surpreendente, quase uma história em quadrinhos da história política do período. FHC é o presidente dos sonhos da publicação. Sério, compenetrado e trabalhador, fez uma gestão exemplar. O ex-metalúrgico, por sua vez, é um demagogo que merece apenas um chute no traseiro.
     A visão de Veja é a visão da extrema direita brasileira. Tem uma tiragem de um milhão de exemplares e é lida por muita gente. Entre seus apreciadores está, surpreendentemente, o governo brasileiro. Este não se cansa de pagar caríssimas páginas de publicidade para uma publicação que o achincalha com um preconceito de classe raras vezes visto na imprensa.
    Freud deve explicar. Clique no link abaixo para ver a sequência. Vale a pena.

     
As capas de Veja

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Seminário 50 anos de Reduc: ganhos, perdas e danos

     Nos dias 16 e 17 de setembro acontece o Seminário "50 anos de Reduc: ganhos, perdas e danos", em Duque de Caxias, com o apoio do Sindipetro Caxias. O seminário, como o nome indica, tem por objetivo discutir os ganhos, perdas e danos nos 50 anos da Reduc do ponto de vista da comunidade, da segurança e do meio ambiente, bem como os desafios futuros. Confira a programação completa.

Inscrições no evento


As inscrições no evento do Seminário “50 anos de REDUC: ganhos, perdas e danos” estão disponíveis somente por telefone ou e-mail.
O telefone disponível para a inscrição do evento é: (21) 2653-7681.
O e-mail para as inscrições é secretaria@sindipetrocaxias.org.br.

Programação

Dias 16 e 17/09/2011

Sexta-feira / MANHÃ
Local: Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ)
8h Credenciamento
9h – 12h Abertura – Mesa 1: “A REDUC e a Baía de Guanabara”
"A REDUC e a História Ambiental da Baía de Guanabara" – Prof. Drª Lise Sedrez ( IFCS/UFRJ)
"Manguezais da Baía de Guanabara: estado atual e impactos do Pólo Petroquímico de Duque de Caxias" – Erian Ozório (Mangue Vivo)
“Vazamentos de óleo e as lutas em defesa da Baía da Guanabara” - Alexandre Anderson e Daize Menezes de Souza (Associação Homens do Mar da Baia da Guanabara - AHOMAR; SINDIPESCA - RJ).
Mediadora: Professora Drª Simone Fadel (NIESBF/FEBF/UERJ)

Sexta-feira / TARDE
Local: Faculdade de Educação da Baixada Fluminense (FEBF/UERJ)
14h – 17:30h. Visita ao entorno da Refinaria Duque de Caxias, guiada por membros da organização do evento.
OBS: O ônibus sairá da FEBF e retornará para lá, dirigindo-se depois para a Câmara Municipal de Duque de Caxias. É necessário que os interessados indiquem seu interesse de participar na ficha de inscrição. A ocupação do ônibus será feita seguindo-se dois critérios: ordem de inscrição e membros da organização do evento.

Sexta-feira / NOITE
Local: Câmara Municipal de Duque de Caxias
18:30h – 21h Abertura – Mesa 2: "Balanço dos 50 anos de atividades da REDUC em Duque de Caxias"
REDUC (Representante) (a confirmar)
SINDIPETRO- Caxias (Nilson Viana Cesário)
SITICOMMM (Josimar Campos de Souza - Presidente do SITICOMMM)
Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Agricultura e Abastecimento (Secretário Samuel Maia)
MUB - Federação das Associações de Moradores de Duque de Caxias (Solange Bergami)
Centro de Referência do Patrimônio Histórico de Duque de Caxias/Museu Vivo São Bento/ FEBF/UERJ (Prof. MSc. Marlúcia Santos de Sousa)
Mediador: Professor Dr. Henri Acselrad (ETTERN/IPPUR/UFRJ e Rede Brasileira de Justiça Ambiental)

SÁBADO/17 de Setembro
Local: Auditório da Secretaria Municipal de Educação
Endereço: Rua Prefeito José Carlos Lacerda, nº 1422, Jardim 25 de Agosto, Duque de Caxias
8h – Credenciamento e Café
9h – 12h Abertura – Mesa 3: “Riscos, Acidentes industriais e a Construção Social da Segurança”
Ariel Blanco (Processo APELL - Campos Elíseos)
Simão Zanardi (Presidente do SINDIPETRO-Caxias)
Prof. Dr. Álvaro Bezerra Souza Júnior (Especialista em Análise e Gerenciamento de Riscos Sênior. Golder Associates Brasil).
Prof. Dr. Carlos Machado de Freitas (FIOCRUZ)
Prof. Alexssandra Juliane Vaz (mestranda em Geografia pela UERJ e coordenadora da Biblioteca Comunitária Solano Trindade)
Mediador: Fernando Mattos (GERA)
12h – 13h / Almoço
13h – 15:40h – Mesa 4: “Poluição, Zonas de Sacrifício e Injustiças ambientais”
"Conflitos e Injustiças Ambientais no Polo Petroquímico da REDUC" - Prof. Dr. Sebastião F. Raulino
"Poluição atmosférica e danos à saúde" - Prof. MSc. Viviane Espírito Santo Rodrigues
"Injustiças ambientais do Pólo Petroquímico de Duque de Caxias sobre os pescadores artesanais da Baía de Guanabara: lutas e desafios frente aos projetos da indústria do petróleo/petroquímica". Alexandre Anderson e Daize Menezes de Souza (Associação Homens do Mar da Baía de Guanabara/AHOMAR e SINDIPESCA - RJ).
"Polo petroquímico da REDUC: Os desafios do movimento ambientalista" - José Miguel da Silva (ECOCIDADE)
Mediador: Prof. Drª Simone Fadel (NIESBF/FEBF/UERJ)
15:40h – 16h / Lanche
16h – 18h – Mesa 5: “REDUC/Pólo Petroquímico de Duque de Caxias/COMPERJ: Desafios e caminhos para os próximos 50 anos”
Prof. Dr.Henri Acselrad ( ETTERN/IPPUR/UFRJ e Rede Brasileira de Justiça Ambiental).
Prof. Dr.Álvaro Ferreira ( NIESBF/FEBF/UERJ).
Prof. Dr ª Regina Bienenstein (UFF).
Mediador: Prof.MSc. Marcelo Aranda ( CARE/ Conselho Municipal de Meio Ambiente de Duque de Caxias)

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um partido e sua contradição

Por Janes Jorge

     Interpretações demasiadamente tranquilizadoras cercam a história do Partido dos Trabalhadores, que nasceu da vontade popular e chegou ao poder ao liderar uma ampla aliança. Sua trajetória, contudo, é complexa. Basta observar que em 2005, durante o chamado mensalão, uma ocorrência frustrou tanto aqueles que detectavam nos êxitos eleitorais uma estratégia política vitoriosa quanto os que viam no partido uma mera máquina eleitoral. A mobilização espontânea das bases do PT, quando essas pareciam ter perdido importância, manteve o apoio do eleitorado no ano seguinte.
     Essa complexidade ajuda a explicar as 300 referências bibliográficas sobre o partido entre 1980 e 2002, segundo a Fundação Perseu Abramo. E um dos livros mais importantes a abordá-lo é o recente História do PT, do professor de História da USP Lincoln Secco (Ateliê, 320 págs., R$ 30). Ele divide a história do partido em fases que intitula formação (1978-1983), oposição social (1984-1989), oposição parlamentar (1990-2002) e partido de governo (2003-2010). Apresenta aspectos fundamentais da trajetória da legenda e questiona interpretações recorrentes sobre ela.
     O pioneirismo do PT como agremiação de massas é relativizado. Secco retoma o PCB, fundado por trabalhadores longe dos meios políticos tradicionais e que, no curto período de legalidade (1945-1947), foi ou esteve perto de ser um verdadeiro partido de massas. Segundo o autor, em 1978, era mesmo “difícil separar radicalmente sindicalistas do PCB e do futuro PT”. Mas o sindicalismo vinculado ao PT era contra o imposto sindical e combatia o atrelamento ao Estado, o que o distinguia dos comunistas. Havia também a recusa ao modelo político soviético.
Análise. Desde o ato inaugural, o mérito e também os problemas
     O historiador encontrou forte diversidade no partido. Enquanto em alguns locais o operariado dava o tom, em outros a força do PT vinha dos trabalhadores rurais ou de setores médios. Isso leva- à questão de como foi possível convergir forças de contextos tão diversos. Aqui, Lula parece central, ao lado da utopia que saturava o imaginário popular, da qual o PT, mais do que causa, foi consequência. Partido que defendia o socialismo e a democracia participativa, ele impôs dificuldades a Lula, sua grande liderança, demonstrando a validade de sua democracia interna. Em 1993, quando o Brasil fez o plebiscito para escolher presidencialismo ou parlamentarismo, o sindicalista e outros dirigentes defendiam este último, mas os militantes votaram pelo primeiro. Em 2002, Lula enfrentou prévias, pois para muitos sua vitória parecia impossível.
     O livro trata da formação e do funcionamento dos núcleos de base do PT, que perderam espaço para lideranças envolvidas em campanhas eleitorais profissionalizadas. Isso colaborou para a retração da militância e da própria cultura política naqueles anos 1990 marcados pelo desemprego, precarização do trabalho e avanço do neoliberalismo. Nesse contexto o autor procura explicar o “mensalão”, cujas causas recuariam para além de 2002. Embora predomine o tom crítico e às vezes pessimista quanto ao presente não só do PT, mas da esquerda brasileira, o livro registra os méritos do partido, bem como a dimensão ao mesmo tempo utópica e concreta da luta dos petistas. Traz o testemunho de quem viu o poder popular no estádio de Vila Euclides, a construção da resistência no campo ou nas periferias do Brasil, os encontros partidários e comícios de massa, o compromisso com as lutas populares. Ao ler a obra, fica nítido que compreender a história do PT é entender melhor a história recente do Brasil.

Resenha publicada na edição nº 662 da Revista Carta Capital

Privatas do Caribe: livro de repórter identifica esquema de espionagem tucano

Por Luiz Carlos Azenha*

     O novo livro de Amaury Ribeiro Jr., Privatas do Caribe, já foi entregue à editora. Acrescido de uma informação bombástica sobre o esquema de espionagem que teria servido ao ex-governador paulista José Serra desde 2008, inclusive no período eleitoral de 2010. Segundo Amaury, Serra recorreu a uma empresa de um ex-agente do Serviço Nacional de Informações, paga com dinheiro público.
     O Amaury garante que, desta vez, o livro sai: o lançamento será entre o final de outubro e o início de novembro.
     O trecho que li é muito bem documentado e, politicamente, devastador.
     Segue a abertura do livro:

     Privatas do Caribe
     A fantástica viagem das fortunas tucanas desde os porões da privataria até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas
     Amaury Ribeiro Jr.
     Prepare-se: o que está logo adiante não é uma narrativa qualquer.
     Você está embarcando em uma grande reportagem que vai devassar os subterrâneos da privatização realizada no Brasil sob FHC.
     Os porões da privataria.
     É, talvez, a mais profunda e abrangente abordagem jamais feita deste tema.
Mas que não se limita a resgatar a selvageria neoliberal dos anos 1990, que dizimou o patrimônio público nacional, deixando o país mais pobre e os ricos mais ricos.
     Se fosse apenas isso, o livro já se justificaria.
     Mas vai além ao perseguir a conexão entre a onda privatizante e a abertura de contas sigilosas e de empresas de fachada nos paraísos fiscais da América Central.
     Onde se lava mais branco não somente o dinheiro sujo da corrupção, mas também o do narcotráfico, do contrabando de armas e do terrorismo.
     Um ervanário que, após a assepsia, retorna limpo ao Brasil.
     Resultado de uma busca incansável de mais de dez anos do autor, Amaury Ribeiro Jr. — um dos mais importantes e premiados repórteres investigativos do país, com passagens por IstoÉ, O Globo, Correio Braziliense entre outras redações — o livro registra as relações históricas de altos próceres do tucanato com a realização de depósitos e a abertura de empresas de fachada no exterior.
     Devota-se particularmente a perscrutar as atividades do clã do ex-governador paulista José Serra nesse vaivem entre o Brasil e os paraísos caribenhos.
     Sempre calcado em documentos oficiais, obtidos em juntas comerciais, cartórios, no ministério público e na Justiça.
     Assim, comprova as movimentações da filha do ex-candidato do PSDB à Presidência, Verônica, e as de seu marido, o empresário Alexandre Bourgeois.
     Que seguiram, no Caribe, as lições do ex-tesoureiro de Serra e eminência parda das privatizações, Ricardo Sérgio de Oliveira.
     Descreve ainda suas ligações perigosas com o banqueiro Daniel Dantas.
     Detém-se na impressionante trajetória do primo político de Serra, o empresário Gregório Marin Preciado que, mesmo na bancarrota, conseguiu participar do leilão das estatais.
     E arrematar empresas públicas!
     Estas páginas também revelarão que o então governador Serra contratou, com o aporte dos cofres paulistas, um renomado araponga antes sediado no setor mais implacável do Serviço Nacional de Informações, o extinto SNI.
     E que Verônica Serra foi indiciada sob a acusação de praticar o crime que, na disputa eleitoral de 2010, acusou os adversários políticos de seu pai de terem praticado.
     Desvinculado de qualquer filiação partidária, militante do jornalismo, Ribeiro Jr. do mesmo modo como rastreou o dinheiro dos privatas do Caribe, esteve na linha de frente das averiguações sobre o “Mensalão”.
     Seu olhar também visitou os bastidores da campanha do PT para averiguar os vazamentos de informações que perturbaram a candidatura presidencial em 2010.
     E sustenta que, na luta por ocupar espaço a qualquer preço, companheiros abriram fogo amigo contra companheiros, traficando intrigas para adversários políticos incrustados na mídia mais hostil à Dilma Rousseff.
     É isso e muito mais. À leitura.

     O Editor

*Jornalista

Matéria publicada originalmente no Blog Viomundo na internet

IV Caminhada Ecológica da Primavera


domingo, 11 de setembro de 2011

Sindicato é destaque no aniversário de Duque de Caxias

     Em mais uma ação comemorativa do cinquentenário do Sindipetro Caxias, a Reserva Ambiental dos Petroleiros foi destaque na página 7 da edição comemorativa do aniversário de Duque de Caxias em uma revista especial que circulou encartada nos jornais Extra e O Globo, em toda a Baixada Fluminense, no último dia 25 de agosto. Sob o título “Petroleiros em defesa do meio ambiente”, a matéria demonstra que os trabalhadores podem fazer muito mais do que simplesmente lutar pelos seus direitos enquanto categoria profissional, contribuindo para a preservação do meio ambiente e a geração de uma nova fonte de renda para a comunidade. Veja abaixo a reprodução da página da revista.